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Reflexões diárias dos profissionais da educação.


O dia-a-dia dos profissionais da educação está ficando cada vez mais desgastante. A falta de limites e a liberdade excessiva vêm causando no ambiente escolar uma desordem que atormenta todos que de alguma maneira estão envolvidos com a Educação.
Estamos virando reféns de pais desinformados e de alunos que acham tudo muito chato. Nunca houve tantos casos de indisciplina, desatenção, agressões a professores e ao corpo docente das escolas. Não se pode reclamar do desempenho escolar dos alunos, nem tão pouco orientar os pais a fazerem encaminhamentos fora do ambiente escolar, pois os mesmos delegam à escola toda a tarefa de educar seus filhos. Se estes vão bem, ótimo, mas se apresentam dificuldades o problema é da escola que não consegue educar de maneira satisfatória.
Professor bom é aquele que não se queixa, não manda bilhetes, dá notas de graça e nas reuniões apenas tece elogios, mesmo que estes não retratem a realidade, afinal, o que os pais querem ouvir é exatamente isso.
Alguns pais tem a preocupação de saber o que o filho está fazendo. Mas existem aqueles pais que não sabem nada sobre o filho e ainda vão a escola para reclamar e colocar a carga de culpa sobre os ombros do professor que está na sala de aula, fazendo de tudo para que seu filho aprenda.
Infelizmente os pais não aceitam certas verdades e quem sofrerá as consequências são seus filhos, pois a vida cobrará seu tributo.

Leila Bambino
Educadora Especial e Psicopedagoga-Clínica
leilabam@terra.com.br


Publicado 26/09/2010 por Leila Bambino em http://www.webartigos.com
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O PAPEL DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO


Sou educadora especial. Acredito nas pessoas Portadoras de Necessidades Educativas Especiais.
Quando bem trabalhadas e estimuladas conseguem avançar em muitos sentidos. Tenho experiência que isso ocorre e sei em que situações ocorrem.
Quando recebemos uma criança com algum tipo de necessidade especial vem o desespero, o medo de não saber lidar com a situação, as famosas perguntas: “Porque eu?”, “O que será dele (a) quando crescer?”, “E quando eu vier a faltar, quem irá cuidar?” e por aí afora... As dúvidas parecem não ter fim, mas com o passar do tempo fica apenas uma certeza: Preciso fazer o melhor para que esta criança se torne independente e possa ser inserida na sociedade, sempre levando em conta suas limitações e focando nas POSSIBILIDADES.
Como afirmei anteriormente, tenho experiência nesta área e durante anos convivi com muitas situações difíceis. Por esta razão senti necessidade de escrever este texto, enaltecendo o Papel da Família em todo este processo.
Não importa o poder aquisitivo, embora este ajude muito na hora de ir à busca de uma equipe multidisciplinar para atender aquela criança. Dependendo da necessidade serão fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicopedagogos, neurologistas, psicólogos, uma verdadeira odisséia que parece não ter fim... O que realmente importa é ACEITAR aquela criança, perceber suas diferenças, investir nas suas possibilidades e amá-la incondicionalmente.
Amar não é sinônimo de falta de limites, sentir piedade, deixar fazer o que quer, afinal, é “doentinha” e não entende nada mesmo! Isto é uma das grandes razões pelas quais as crianças acabam se sentindo “diferentes” e se aproveitam da sua condição, tornando-se malcriadas e indesejáveis.
Muitas famílias têm um grande poder aquisitivo, mas falta-lhes algo que não se compra: ACEITAÇÃO! Já me deparei com várias falas de pais: “Ah, ele é ‘bobinho’ mesmo, nunca vai dar em nada!”, “Investir para quê, nunca será nada na vida!”, “Não vou jogar dinheiro fora, ele (a) nem entende o que está acontecendo!”, “Estes profissionais querem é ganhar dinheiro fácil”...
Enumeras vezes encaminhei crianças para atendimento fonológico, pois sua fala era bastante comprometida e nada foi feito. Os pais cobravam atitudes de respeito de todas as pessoas, exigiam todos os seus direitos, mas agiam de maneira negligente com seu próprio filho.
Como profissional me senti por diversas vezes de mãos atadas, pois o que na verdade os pais queriam não era uma educadora especial e sim uma cuidadora, que ficasse com seu filho por algumas horas, talvez para que eles (pais) pudessem descansar.
Enquanto não existir uma mudança de postura por parte da família, escola e sociedade frente à inclusão, esta não se tornará algo com que possamos nos orgulhar.
Enquanto não investirmos nas POSSIBILIDADES das nossas crianças que um dia se tornarão jovens e adultos a inclusão permanecerá apenas no papel.

Leila Bambino

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/48618/1/O-PAPEL-DA-FAMILIA-NO-PROCESSO-DE-INCLUSAO/pagina1.html#ixzz1CGeek9XN
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Quando será que a criança está pronta para se alfabetizar?


Existe uma Lei sancionada pelo Presidente da República do dia 06/02/2006 que regulamenta o ensino fundamental de 9 anos. O principal objetivo desta lei é assegurar que todas as crianças estejam inseridas no ambiente escolar por mais tempo, oportunizando uma aprendizagem com mais qualidade.
Na prática o que ocorre é o seguinte: antes as crianças entravam na escola com 7 anos e hoje com 6. A nomenclatura mudou de série para ano. Falamos 1º ano, 2º ano, até o 9º ano, concluindo assim o que chamamos de Ensino Fundamental.
Por entrarem mais cedo na escola, o Ministério da Educação sugere uma metodologia mais voltada para jogos e brincadeiras, respeitando o desenvolvimento cognitivo de cada indivíduo.
A avaliação também sofre mudanças de nomenclatura, passa do sistema de notas (onde a criança recebia um número de 0 a 10) para conceitos que, na maioria das vezes, diferem de escola para escola, pois não existe um padrão estipulado. Mas, continua-se avaliando, mesmo que muitas vezes os pais não entendam o que significa aquele conceito ‘BOM’ no boletim e nos questionam: “Este BOM quer dizer 8 ou 9 professora?”. Aí me questiono: “Quanta burocracia, mudar a nomenclatura e na prática tudo continua igual?”.
Mas, vamos ao título deste artigo: Quando a criança está apta para se alfabetizar? Nesta nova proposta a criança terá até o 3º ano para se alfabetizar, não podendo haver retenção da mesma na série, ou seja, sem reprovação. Caso a criança termine o 1º ano sem ler absolutamente nada, vai ser promovida para o 2º ano, pois a alfabetização é tida com um processo que tem data para iniciar, mas não para concluir. Chegando ao final do 2º ano, não conseguiu ainda? Vai para o 3º ano continuar neste processo e somente aí, caso não atinja os objetivos, será retida, numa última tentativa de se alfabetizar.
Alfabetizar-se é como o ato de caminhar, acontece naturalmente e sem grandes traumas, a menos que haja algum empecilho para que isto não ocorra. Se a criança aos 3 anos de idade não está caminhando, com certeza os pais já terão ido ao médico realizar exames para descobrir as causas, pois não está dentro dos parâmetros normais, concordam?
Se a criança entra na escola aos 6 anos e chega aos 8 sem conseguir se alfabetizar, com certeza, algo está errado. Vivemos num mundo altamente letrado, rico em informações com letras espalhadas para todos os lados. Dentro da sala de aula somos bombardeados com informações, alfabetos de todos os tipos e cores, cartazes, figuras e livros. E mesmo assim a criança não consegue fazer a junção das sílabas? Reforço minha fala: algo está errado, e muito errado.
Os pais são chamados pela professora. Mas, como o filho é muito novinho, ainda terá tempo de aprender. Os colegas de sala, na maioria, estão lendo, uns mais fluentemente, outros menos. Conseguem fazer da linguagem escrita uma forma de comunicação e interpretação, que é um dos principais objetivos. Escrevem bilhetes, pequenos textos e vão avançando neste processo que é natural.
Aquela criança em questão não avança. Mas os pais acham “normal”. Uma hora vai dar o famoso “click” e ela vai deslanchar.
Mas isso não ocorre, e junto começam a ocorrer outros problemas: falta de vontade de ir à escola, rótulos de “burro, preguiçoso, malandro”, colegas se afastando nos trabalhos em grupo.
Caso isto aconteça com alguém próximo a você, por favor, oriente aos pais que busquem ajuda. Não espere por um milagre, pois não vai acontecer. Na maioria das vezes, crianças que não conseguem se alfabetizar no 1º ano apresentam alguma dificuldade, que pode ser mais séria do que se imagina.
Existem várias causas que necessitam de um acompanhamento médico: TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), dislexia, rebaixamento cognitivo ou até mesmo algum tipo de síndrome.
Na dúvida, procure ajuda. De nada adianta fazer de conta que o problema não existe, pois isto não o fará sumir. Leia sobre os assuntos, procure orientação, faça o tratamento de maneira correta, pois com certeza, seu filho lhe agradecerá.

Leila Bambino
leilabam@terra.com.br

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/56531/1/Quando-sera-que-a-crianca-esta-pronta-para-se-alfabetizar/pagina1.html#ixzz1CBI2Axnb
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Professores pedem socorro!!


Os profissionais da área de saúde têm recebido em seu consultório um número cada vez maior de crianças em idade escolar com queixas de ordem comportamental ou de aprendizagem. São crianças desatentas ou agitadas demais, deixando quem vive ao seu lado completamente desorientado.
Um dos profissionais que deve ser visto como aliado dos pais na busca de melhores condições para estas crianças muitas vezes é pouco reconhecido e quase sempre mal interpretado. Este profissional é o professor. Sabemos que hoje, segundo dados do Ministério da Educação, quase 20% dos brasileiros com idade entre 15 e 19 anos são considerados analfabetos. Dados que preocupam, pois o Brasil tem o sétimo maior contingente de analfabetos do planeta, o que representa 12% da sua população. (UNESCO, 2005).
O que será que está acontecendo? As escolas estão cada vez mais preocupadas com o destino destas crianças e jovens, que saem sem o mínimo necessário para encarar a realidade fora de seus portões. Agressividade e falta de respeito entre professores e alunos, famílias em transformação e uma impossibilidade de agir, visto que os alunos detêm todos os direitos, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Os educadores tentam fazer a sua parte, alertando os pais e responsáveis, que na maioria das vezes não aceita que seu filho tenha alguma dificuldade, colocando a culpa na escola ou no sistema. Com isto o problema acaba se estabelecendo, ficando mais difícil de ser resolvido.
Desde muito cedo já se percebe quando a criança apresenta algum tipo de dificuldade. Ler e escrever são coisas tão naturais quanto falar e caminhar. Quando isto não acontece algo está errado e necessita de uma investigação mais aprofundada. O professor pode observar, mas sozinho não consegue dar conta, necessitando recorrer a outros profissionais.
Se a criança apresenta dificuldades de visão existe necessidade de fazer encaminhamento para um médico especialista. Porque isto não acontece quando a criança não consegue aprender? O professor fica com a criança uma parte do dia e com isto consegue observar muitas questões como: socialização, habilidades motoras, aprendizagem, conduta, dificuldades na fala, audição e muitas outras. O professor consegue detectar os problemas, mas não tem o poder de cura. Ora, a criança necessita de uma equipe multidisciplinar, trabalhando em conjunto para conseguir minimizar os problemas e avançar para um desfecho feliz.
Mas, o que acontece na maioria das vezes é a busca de culpados, para algo que ninguém tem culpa. O aprendizado não tem fim, mas a base dele está na infância e deve ser tratado o quanto antes.

Leila Bambino
Pedagoga/Psicopedagoga-clínica
leilabam@terra.com.br
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EM BUSCA DE UMA REFORMA ÍNTIMA


Resumo

Vivemos numa sociedade bastante complicada e a todo o momento estamos nos relacionando com os mais variados tipos de pessoas, nos mais diversos ambientes: social, familiar e profissional. Esta convivência acaba sendo desgastante e maravilhosa ao mesmo tempo, pois as diferenças se fazem presentes a todo o momento, havendo necessidade de refletirmos a respeito de alguns valores muitas vezes esquecidos pelo corre-corre agitado: tolerância, paciência, respeito, amizade, empatia, humildade.


Palavras-chave: Reforma íntima, mudança, relações interpessoais, autoconhecimento, autodisciplina.

1. INTRODUÇÃO

Presenciamos na sociedade uma enorme necessidade de autoconhecimento, pois para conviver precisamos saber quem são as pessoas que estão em nosso entorno. A correria do dia-a-dia e a busca desenfreada pelo sucesso profissional acabam tornando os indivíduos insensíveis e impacientes para com tudo e todos.

Conviver com as pessoas, seja no trabalho, na sociedade e no ambiente familiar, pode ser maravilhoso, mas pode causar também muitos problemas. Estas relações sociais muitas vezes nos causam estresse, incômodo e desgaste, pois a maioria das pessoas está sem paciência de compreender o outro, tão voltadas para seus problemas pessoais. Este estilo de vida desequilibrado, acaba trazendo para si muitas energias negativas, que acabam se transformando em doenças no corpo físico.

As relações sociais estão, por esta razão, tornando-se complicadas. Os comportamentos das pessoas frente às dificuldades acabam desencadeando reações dos mais variados tipos e chegamos a um ponto em que necessitamos refletir sobre nossas ações, parando para escolher qual o caminho que queremos seguir: o da autodestruição ou do autoconhecimento. São muitas as possibilidades para que tenhamos uma melhor qualidade de vida, mas necessitamos dar o primeiro passo e investir nesta mudança.

Para tanto, precisamos seguir alguns critérios, como o direito de aprender acolhendo a idéia dos outros, ouvindo e aproveitando tudo aquilo que achamos possível de ser realizado. Aquilo que não é aproveitável, segundo nossa opinião, deletamos e seguimos em frente. Nada de falar mal dos colegas que não estão presentes; a sinceridade deve fazer parte da nossa vida, para que a mudança possa de fato acontecer.

Um cuidado redobrado com julgamentos pré-estabelecidos, pois da maneira que julgamos poderemos ser julgados e a aceitação do próximo talvez seja a mais difícil tarefa da humanidade. Por esta razão a inclusão está sendo uma das coisas mais discutidas em nossa sociedade. Este termo inclusão deve abranger não somente os portadores de necessidades educativas especiais, mas todos aqueles que de alguma forma sentem-se excluídos, seja por sua condição sócia econômica, étnica, social, opção sexual ou religiosa. Nossa sociedade quer enxergar somente aquilo que deseja e que não fuja dos padrões pré-estabelecidos por todos.

As relações interpessoais são importantes, pois através da convivência com o outro descobrimos a nós mesmos, e percebemos nossos pontos fracos E é no meio familiar que iniciamos todo este processo de reconhecimento do outro e aprendemos a lidar com as futuras situações que acontecerão na nossa vida.

Normalmente aquilo que nos incomoda no outro é aquilo que precisamos mudar em nós mesmos. Este conviver com o outro deve ser encarado positivamente, pois toda relação nos beneficia, desde que as vejamos como aprendizagem e uma forma de crescimento pessoal, desta forma, o autoconhecimento se faz necessário.


2. FAMÍLIA E O AUTOCONHECIMENTO



As famílias quando são solidamente constituídas, independentemente da classe sócio econômica, entorno social ou grau de escolaridade, contribuem de maneira significativa para o crescimento de uma sociedade. As relações entre pais e filhos, irmãos e demais parentes, os conflitos, as regras pré-estabelecidas e a cumplicidade nos tornam pessoas preparadas (quase sempre), para lidar com pessoas fora da nossa zona de conforto com mais segurança.

Os indivíduos são únicos e nascem com características próprias que vão sendo moldadas ao longo da vida. Sendo a família o principal alicerce de uma estrutura que nos manterá de pé por muito tempo e se esta base for mal construída, poderemos comprometer nossas relações sociais e possivelmente teremos problemas futuros.

Desde o nascimento vamos adquirindo habilidades sociais e estas vão sendo monitoradas por nossos pais, que nos orientam e nos direcionam da melhor maneira possível. Através do aprendizado familiar vamos reproduzindo padrões que serão repetidos em nosso meio social, nos tornando cidadãos prontos para lidar com as dificuldades que surgirão em nossa caminhada.

Quanto ao processo do autoconhecimento a única maneira de o fazermos é pararmos para refletir sobre nossas ações diariamente. Todas as mudanças duradouras requerem tempo e muito esforço pessoal. Desta maneira, evitamos a repetição de ações que nos tragam sofrimentos. É necessário saber nossos limites e nos permitir ir até onde não desrespeitemos o espaço do outro. Falar de maneira clara, expor nossas opiniões e não usar de meias palavras.
Tudo na nossa vida tem um preço e na maioria das vezes este valor é alto demais, o que demanda dor e sofrimento. Mas este sofrimento deve ser encarado como lição de crescimento e aprendizagem.


Não há erros na vida, apenas lições. Não há experiências negativas, apenas oportunidades para crescer, aprender e avançar na estrada do autocontrole. Da luta vem a força. Mesmo a dor pode ser uma professora maravilhosa. (SHARMA, 2002, p.56).

Devemos dedicar um tempo diariamente para cuidar de nós mesmos. Mesmo sendo uma prática difícil, quando automatizada, traz muitos benefícios para a nossa vida. Cuidamos de tantas coisas (alimentação, aparência física), mas pouco do nosso interior. Nossa casa mental muitas vezes está entulhada de pensamentos velhos, empoeirados e que nada acrescentam na nossa vida.

A mesma capacidade mental que temos para pensar em coisas ruins, temos para pensar positivamente, mas poucos fazem uso deste dom. Para realizarmos qualquer coisa, em primeiro lugar, necessitamos idealizar em nossa tela mental, acreditar e partir para ação.

Nada mais prazeroso do que sair da rotina vez por outra, fazer coisas diferentes, sair daquela famosa zona de conforto que tanto nos prendemos, muitas vezes por medo, outras por puro comodismo. A rotina acaba escondendo muitas descobertas que poderiam nos trazer benefícios e um ‘sangue novo’, mas nos negamos a experimentar, ousar, e acabamos não saindo do lugar. Criar exige esforço, mudança de hábitos, posturas diferentes e um autoconhecimento. Com muita maturidade devemos olhar para nós mesmos e nos perguntarmos: como sou? Como sou visto pelos outros? Desta forma encontraremos um equilíbrio entre o “eu” real e o “eu” ideal.

O essencial é inatingível, e o Universo devolve tudo o que lhe oferecemos, na mesma medida. Quanto mais amor, generosidade, compreensão e compaixão transmitirmos a nossos semelhantes, mais receberemos energia – em forma de amor, generosidade, compreensão e compaixão – para continuar trabalhando num mundo melhor. (BRANDALISE JR, 2004, p.44).




Depois de tomar consciência de nossos maus hábitos, devemos passar a buscar alternativas mais adequadas e ensaiar novos comportamentos até atingir aquilo que chamamos de aprendizagem. O segredo da aprendizagem está no exercício diário das ações, a fim de transformar os novos hábitos e uma rotina positiva e de crescimento pessoal, para que as pessoas que convivem conosco também se beneficiem desta mudança, gerando um campo enérgico saudável e criador. A partir disso, arregaçar as mangas e realizar esta reforma íntima.



4. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Além das inúmeras lições que ajudam nosso crescimento pessoal, algumas sugestões devem ser diariamente perseguidas por nós. Desenvolver pensamentos positivos e seguir a nossa missão com afinco e determinação, tendo consciência que obstáculos aparecerão, buscando sempre em nós mesmos a razão para seguir em frente, com coragem, persistência e autodisciplina.

Valorizar sempre o momento presente, pois ele é um presente dado por Deus. As relações interpessoais e familiares também são de suma importância, cultivando bons relacionamentos, vivendo plenamente um dia de cada vez e, acima de tudo, acreditando em nós mesmo, tendo esperança em um mundo melhor, inclusivo e de pessoas que de fato queiram fazer a diferença.

Muitas vezes nos deixamos levar pela energia negativa das pessoas que desacreditam nesta mudança e acabamos sendo simplesmente conduzidos como robôs que não pensam e que apenas reagem às situações. E é contra isso que precisamos lutar. Uma luta árdua, diária e incansável e que só nos traz benefícios, pois o universo conspira em favor daqueles que andam no caminho do bem.


4. REFERÊNCIAS


SHARMA, ROBIN S. O monge que vendeu a sua ferrari.Campinas:Verus,2002.

BRANDALIZE JR, SAUL. O despertar da consciência: como reconhecer os sinais do destino e usá-los a nosso favor. Caxias do Sul: Theus, 2004.

Leila Vilma da Silva Bambino
leilabam@terra.com.br
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Os 10 mandamentos do professor.


1. Planeje suas aulas tendo em mente que muitas vezes este planejamento pode ser alterado. Seja flexível e criativo.
2. Procure conhecer de perto seu aluno, pois suas aulas dependem deste conhecimento prévio. Não adianta falar em alimentação saudável para aqueles que não tem o que comer em casa.
3. Faça tudo muitas vezes, repita sempre que necessário e das mais diversas formas, atento a tudo e a todos.
4. Estude muito, para poder ensinar bem. Somente quem sabe o que está falando consegue mediar o conhecimento com segurança.
5. Coloque-se no lugar do aluno quando estiver idealizando suas aulas. Pense no quanto deve ser cansativo ficar horas ouvindo e ouvindo.
6. Estabeleça prioridades na sala. A partir de onde eu começo? Quais as dificuldades mais eminentes?
7. Pesquise em várias fontes, pesquisar é a palavra de ordem.
8. Use vários métodos de trabalho, pesquisa em grupo, aulas expositivas, seminários, roda de conversa.
9. Não tenha vergonha de pedir ajuda sempre que precisar. Professor bom é aquele que jamais fica com uma dúvida para si mesmo.
10. Registre, registre e registre. O professor precisa acostumar-se a registrar as coisas boas que realiza em sala e divulgar sempre!

Leila Bambino (Educadora e Psicopedagoga Clínica)
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TDAH e seus verdadeiros culpados!


Muitas pessoas que desconhecem a natureza complexa do transtorno e seus efeitos devastadores nos indivíduos e nas famílias o consideram um problema trivial, diagnosticado e tratado de forma exagerada.
Para os profissionais ligados à Educação, que convivem com esta dificuldade dia após dia, tudo parece não ter mais jeito. A família nega, diz que “isto não existe, quando crescer passa, é apenas uma fase, pois o filho não é um doente”. O professor, de mão atadas, tenta sem sucesso lutar contra algo neurológico, tendo muitas vezes que ouvir de colegas e das famílias que não dá conta de ensinar e que a disciplina em sua sala é um horror! Sem poder exercer autoridade em sala, caso contrário será intimidado por crianças, que dizem: “Minha mãe disse que você não manda em mim”. O que fazer?
Na verdade 7 a 10% da população mundial sofre com esta síndrome. Isto já está comprovado, através de inúmeros estudos feitos ao longo de anos de pesquisa.
O TDAH normalmente é confundido com falta de vontade, “preguiça”, mas na verdade é essencialmente um problema químico nos sistemas de gerenciamento do cérebro. Vamos nomear os verdadeiros “culpados”? DOPAMINA E NOREPINEFRINA, dois neurotransmissores que estão intimamente ligados ao transtorno.
Existem estudos que evidenciam a importância destes dois neurotransmissores nas dificuldades relacionadas ao TDAH. Esta constatação vem de mais de 200 estudos realizados com o tratamento medicamentoso com estimulantes no alivio dos sintomas do transtorno. Estes funcionam em 70 a 80% dos casos diagnosticados.
Estes estimulantes não curam, apenas aliviam os sintomas enquanto a medicação está ativa, melhorando significativamente a concentração e a agitação decorrentes do transtorno.
Muito se fala em SÍNDROME. Afinal, o que quer dizer esta palavra tão assustadora?
Síndrome é um termo que descreve um grupo de sintomas que aparecem juntos. No caso do TDAH: desatenção, agitação, dificuldades de memória, incapacidade de manter a atenção por muito tempo em uma determinada tarefa, desorganização e o hábito de deixar tarefas importantes para o último momento. Muitas crianças acabam se tornando agressivas, pois como não conseguem se concentrar, não permitem que os colegas o façam, chamando a atenção, falando sem parar, levantando do lugar e sendo motivo de risadas. E quem não participa da “brincadeira” é agredido com palavras ou até mesmo fisicamente.
E os professores? Bem, estes assistem a tudo sem poder fazer nada. Relatórios e mais relatórios, encaminhamentos para médicos, aconselhamento familiar, terapia, mas tudo acaba no fundo das gavetas, pois a família NEGA, e a vida segue. Até quando nossas crianças sofrerão por tanto desconhecimento?
Leila Bambino
Educadora Especial/ Psicopedagoga Clínica
leilabam@terra.com.br
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O DESAFIO DOS EDUCADORES FRENTE ÀS MUDANÇAS NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR


Leila Vilma da Silva Bambino
Antonio Carlos Bambino


Resumo

Este artigo visa discutir sobre o maior desafio dos educadores brasileiros nos dias de hoje, que é o de promover a transformação do seu aluno, bem como mediar de maneira objetiva a relação existente entre o ensino e a aprendizagem. Para isto, é necessária uma dose extra de coragem e perseverança, pois muitos são os fatores que dificultam a arte de ensinar. Baixos salários, salas de aula, em sua maioria com mais alunos que o ideal, dificultando para o professor um atendimento mais individualizado, o crescente aumento da violência, que tem deixado os educadores apreensivos e assustados, as responsabilidades delegadas a escola e o verdadeiro papel das famílias de hoje, bem como o surgimento das novas tecnologias de informação e comunicação, que vem causando uma verdadeira revolução no ambiente escolar.


Palavras-chave: Educação, Ensino. Família, Violência Escolar. Políticas Públicas.


1 INTRODUÇÃO


Faz-se necessário discutir um dos maiores desafios do ensino no Brasil que é o de torná-lo atraente e rico de significações, onde os alunos façam relação entre o conhecimento e seu dia-a-dia e possam transformá-lo. Várias mudanças devem se repensadas, como o ambiente de professores e alunos, incentivar as famílias a interagirem com o processo de ensino e aprendizagem.

Buscar respostas para inúmeras questões que desafiam o dia-a-dia dos profissionais da educação é uma constante nas rodas de conversas, pois a cada dia ocorrem novas dificuldades.

Os países mais avançados são aqueles que investem na Educação. Hoje, o conhecimento é a maior riqueza que uma sociedade pode ter. Na América Latina o Brasil é o país cuja população adulta tem menos anos de estudo, com cinco anos em média, estando atrás de países como Chile, Colômbia, Argentina e México. A comparação com países europeus e asiáticos é ainda mais cruel.

Riqueza e educação estão umbilicalmente ligadas. No Brasil, ainda se está engatinhando para tornar-se verdadeiramente um país desenvolvido, apesar de todos os esforços e avanços já conquistados ao longo dos anos. Os problemas existentes na Educação Brasileira são vários e peculiares a nossa cultura.

Discutirá a respeito da verdadeira função da escola, que atualmente não é mais vista como a única detentora do saber, em função de uma globalização, da qual não se pode ignorar. As transformações pedagógicas e os novos recursos tecnológicos se defrontam com as estruturas de uma escola do século XVI e XVII. A escola de hoje está em transformação e seu futuro ainda está em aberto.


2 A FUNÇÃO DA ESCOLA


A escola não é a única detentora do saber, as pessoas aprendem independentemente dela. A escola cabe a missão de lapidar as informações, fazendo com que os alunos reflitam sobre este conhecimento com ética e responsabilidade. Mas, infelizmente não é o que ocorre, segundo Moysés (2000, p.31):

[...] grande parte do conhecimento veiculado em sala de aula não se afasta dos pseudoconceitos ou da simples memorização. Isso pode ser facilmente constatado quando examinamos os livros didáticos utilizados ou os chamados “cadernos dos professores”. Muito do que se dá e se cobra do aluno fica somente no nível do “estímulo-resposta”.

A escola de hoje deve, acima de tudo, formar e não apenas instruir. Esta nova tarefa de ensinar faz com que o papel do professor também mude, uma vez que conduzir estes processos de aprendizagem cria a necessidade de novos processos de formação continuada, que permitam aos professores incorporar novos saberes, estando constantemente atualizados.

Para que os alunos se apropriem do saber e criem competências cognitivas, faz-se necessário estudo. Por sua vez, para que este estudo aconteça, é preciso que se criem situações de aprendizagem significativas e atraentes, que produzam prazer e que induzam os alunos a quererem ir à escola.

Para educar, deve existir uma preocupação de levar os alunos a compreenderem o sentido dos conteúdos trabalhados e quais são as relações existentes entre os mesmo com a sua vida, seu dia-a-dia e com a sociedade da qual faz parte. Estabelecer sempre uma relação entre o saber que o aluno já possui e o saber escolar.

Segundo Charlot (2005, p.55) “[...] uma aula interessante é aquela em que ocorre o encontro do desejo com o saber”. Sendo assim, todos os envolvidos no processo educativo devem ter claro que aprender algo é adquirir conhecimentos que possam ser transformados e adaptados a realidade de cada pessoa. Estes conhecimentos necessitam ser compreendidos, para que possam ser questionados.

O professor não é mais aquele que apenas transmite o conhecimento. Hoje o professor é acima de tudo mediador do conhecimento, podendo utilizar da sua situação privilegiada em sala de aula, auxiliando seus alunos a fazerem escolhas, despertando a curiosidade e a vontade de aprender sempre mais. Um profissional que domine os conteúdos, bem como a metodologia de fazer chegar aos alunos o saber direcionado para a vida, ensinando a ser um cidadão, com responsabilidades, direitos e deveres.






3 O PAPEL DA FAMILIA


O papel da família, assim como suas responsabilidades frente à educação de seus filhos, deve ser vista como uma necessidade permanente. Os pais, em função de uma necessidade socioeconômica, precisam sair para trabalhar, visando proporcionar aos filhos um mínimo de conforto.

[...] certos alunos sofrem de “deficiências socioculturais”, de carências, que são relacionadas as suas condições de vida familiares e sociais. São vítimas do baixo nível cultural de seus pais, das más condições de trabalho em casa, da violência do bairro, das drogas, da televisão, enfim, de tudo o que contraria os esforços dos professores. (CHARLOT, 2005, p. 81).

Os filhos, não tendo com quem ficar, acabam assumindo precocemente certas responsabilidades, como fazer as tarefas, estudar para as avaliações e, muitas vezes, cuidar dos irmãos mais novos quando for o caso. Sem um adulto para cobrar as responsabilidades essenciais, os alunos vem para escola sem muitas vezes trazer o básico, como material escolar completo e tarefas feitas e assinadas por um responsável.

Este acompanhamento família é fundamental para que haja uma continuidade do trabalho realizado na escola. As crianças ficam na escola por volta de 4 horas, o que não é suficiente para que se apropriem dos conteúdos ensinados. É necessária uma troca, onde a família acompanhe a vida escolar de seu filho e interaja com os assuntos.

Os pais, na sua maioria, não possuem acesso às informações, muitas vezes não conseguindo auxiliar o filho de maneira satisfatória, uma vez que os conteúdos ensinados na escola são bastante diferentes dos conteúdos ensinados no período em que estes estudavam. Mas, sem dúvida, todo o pai tem condições de perguntar se os filhos fizeram a lição de casa.



3 AS NOVAS TECNOLOGIAS


A chegada das tecnologias, como a Internet nas escolas, trouxe novas maneiras de interagir com o conhecimento, onde a informação é acionada através de um clique e não apenas centrado na sala de aula.

Essas novas tecnologias somente farão sentido se forem aceitas e bem trabalhadas pelos professores, para que as possibilidades possam ser exploradas com ambientes próprios e materiais à disposição.
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Alguns educadores estão tendo dificuldades em acompanhar essas novas tecnologias. Uns por falta de infra-estrutura, já que ter um computador exige investimento. Nas escolas, fazem-se necessários micros à disposição dos professores, com acesso à Internet e softwares atuais, que possam auxiliá-los em sala.

Alguns profissionais da educação, mais conservadores, parecem relutar em aceitar qualquer novidade, talvez achando que a máquina irá substituir a sua função.
Diante das novas exigências existentes no sistema escolar, os professores necessitam mudar sua prática, a fim de reinventar algo já antigo, e que todos conhecem: a escola.

As reformas atuais confrontam os professores com dois desafios de envergadura: reinventar sua escola enquanto local de trabalho e reinventar a si próprios enquanto pessoas e membros de uma profissão. A maioria deles será obrigada a viver agora em condições de trabalho e em contextos profissionais totalmente novos, bem como assumir desafios intelectuais e emocionais muito diversos daqueles que caracterizavam o contexto escolar no qual aprenderam seu ofício. (PERRENAUD et al., 2002, p.89).

Na realidade, o que vai mudar com a inserção deste mundo virtual é a função deste educador, que passará a mediar às atividades desenvolvidas, questionando e orientando seus alunos a usarem de maneira correta esta nova ferramenta tecnológica. O professor deve conscientizar-se de que necessita atualizar-se ou vai perder espaço para aqueles que já dominam as novas tecnologias.

As crianças, quando adentram o mundo escolar, trazem consigo saberes já adquiridos e muitas vezes desconsiderados pelo professor. A partir desse momento, elas ficam sentadas, quietas, ouvindo o professor, pois ele é quem sabe o que deve ser aprendido. Isso mudou. Existe a necessidade de ir em busca de novos métodos educacionais, que priorizem a curiosidade e o dinamismo.


4. A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS


A questão da violência preocupa os professores, que estão assustados e cansados de tentar ensinar para muitos que simplesmente não querem aprender. Esta violência não é um fenômeno novo, mas tem atingido outros patamares. Alunos que muitas vezes entram armados nas instituições escolares, onde o tráfico de drogas já faz parte do dia-a-dia escolar, reforçam ainda mais a insegurança dos educadores.

[...] surgiram formas de violência muito mais graves que outrora: homicídios, estupros, agressões com armas. É certo que são fatos que continuam muito raros, mas dão a impressão de que não há mais limite algum, que, daqui em diante, tudo pode acontecer na escola – o que contribui para produzir o que se poderia chamar de angústia social em face da violência na escola. (CHARLOT, 2005, p. 126).

Muito se fala sobre bullying, que são formas de atitude agressivas, muitas vezes realizadas de maneira velada, que ocorrem sem motivação aparente, adotadas por um ou mais estudantes. São formas de intimidar, não apenas fazendo uso da violência física, mas da psicológica, que deixando cicatrizes profundas no emocional dos indivíduos. Comentários depreciativos, falsos rumores sobre a vítima ou sobre seus familiares ou até mesmo o isolamento estão se fazendo presentes no cotidiano escolar.

A agressão é um ato que implica uma brutalidade física ou verbal [...] A violência remete a uma característica deste ato, enfatiza o uso da força, do poder, da dominação. De certo modo, toda agressão é violência na medida em que usa a força. Mas parece pertinente distinguir a agressão que utiliza a força apenas de maneira instrumental, até mesmo que se limita a uma simples ameaça (como a extorsão para se apossar, por exemplo, de tênis, de bonés ou de qualquer outro pertence pessoal de alguém: se a vitima não resiste, não é ferida) da agressão violenta, na qual a força é utilizada muito além do que é “exigido” pelo que se pretende, com uma espécie de prazer em causar mal, em destruir, em humilhar. (CHARLOT, 2005, p. 128).



Muitas são as teorias que tentam explicar a questão da violência. Muitas delas dão conta de que, onde existe o prazer pelo conhecimento, a violência acaba não prevalecendo. Para Charlot (2005, p. 65) “O fenômeno da violência não se encontra, ou pouco se encontra, em uma escola em que as crianças têm o prazer de estudar”.

O fato é que se está convivendo com situações conflitantes e ameaçadoras e que, quanto mais o tempo passa, maiores são as chances de haver uma banalização da violência. Muitas são as reflexões que devem ser feitas. Desta forma, sem sentir a gravidade da situação na qual toda sociedade é exposta, corre-se o risco das pessoas tornarem-se imunes à ela. Um risco a ser considerado.



5 . AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM


Crescem nas escolas alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Mas afinal, como se consegue identificá-las? As crianças, quando iniciam seu processo de alfabetização, já sinalizam ao professor muitos de seus talentos e qualidades. Da mesma forma, conseguem manifestar suas inseguranças, dependendo dos assuntos discutidos e das atividades propostas.

Algumas delas sentem-se mais a vontade nas atividades de matemática, onde existe uma prevalência do raciocínio lógico-matemático. Outras preferem a área verbal, onde as atividades voltadas para a leitura e a escrita são realizadas com mais tranqüilidade.

Quando a dificuldade torna-se evidente e acaba prejudicando o desenvolvimento cognitivo do aluno, começa-se a pensar em uma dificuldade de aprendizagem que precisa ser investigada. Quando, por mais que o professor explique, utilize materiais e recursos diversificados, ofereça aulas diferenciais e dinâmicas o aluno não avançar, se faz necessária uma investigação mais apurada.

Os professores hoje precisam ser multifacetados. Existem muitos que conseguem, apesar de tantas adversidades, êxito em sala de aula, apesar do pouco tempo que muitos profissionais têm de elaborar suas atividades específicas da escola, como correção de avaliações e de trabalhos. Conforme Moysés (2000, p. 17):.

[...] a alguns estudos ou depoimentos que atestam que ainda há professores que conseguem fazer bem-feita a sua tarefa básica que é de ensinar. Porque aliam competência técnico-pedagógica a um grande empenho em dar o melhor de si, conseguem fazer com que seus alunos aprendam de uma forma rica e significativa. Sentem-se desafiados, sobretudo quando têm de ensinar àqueles rotulados como “os que não têm jeito”.

O que outrora era tratado como falta de interesse e “preguiça” em função de muitas pesquisas por parte de médicos e profissionais, foram sendo nomeadas e tratadas como transtornos, passíveis de tratamento, mas que requerem um olhar diferenciado por parte de todos os envolvidos com este ser em formação.



Na educação, sempre existiu uma preocupação com as notas, que estiveram sempre relacionadas com o sucesso ou fracasso de um aluno. Mas, muitas crianças ficam paralisadas diante do insucesso e acabam gerando processos depressivos e a perda da autoconfiança, gerando o tão temido fracasso escolar.

Estas dificuldades podem ocorrer por inúmeros fatores, orgânicos ou emocionais, que acabam sendo descobertos nas salas de aula por professores atentos e preocupados com o desenvolvimento de seus alunos.

A dificuldade mais conhecidas e citada atualmente é a dislexia, onde existe um comprometimento na parte de leitura e da escrita, não tendo nenhuma relação com a capacidade intelectual do individuo. É necessário estar atento a outras dificuldades tais como disgrafia (atenção na escrita, conhecidas como letra feia, normalmente desencadeada por problemas motores e que dificulta e compreensão do que está escrito), disortografia (escrita com muitos erros), discalculia (um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com cálculos e números).

O TDA/H (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), causado por um distúrbio neurológico, também se faz presente nos ambientes escolares, sendo motivo de reuniões, estudos e capacitações, visando compreender o porquê do aumento destes casos nas escolas, bem como desenvolver estratégias para auxiliar os alunos em suas dificuldades.

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases de Educação) de 20 de dezembro de 1996, em seu artigo V que trata da Educação Especial, estabelece que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.” Como esta lei determina as diretrizes da Educação no Brasil, deve ser cumprida. Mais uma vez caberá ao professor em sala de aula fazer acontecer esta inclusão, despertando nos alunos sentimentos como aceitação e solidariedade.

Sabe-se que este direito à educação é requisito básico para o desenvolvimento de um país, no entanto, muitos são os desafios enfrentados pelos professores para dar conta de mais esta responsabilidade.


6. AS POLÍTICAS PÚBLICAS


As políticas públicas, de certa maneira, parecem trabalhar contra a educação. Em alguns municípios, não existe mais reprovação, deixando os alunos a mercê de uma instituição onde não existem penalizações. Os alunos percebem que foram aprovados, mesmo sem mérito pessoal, criando um comportamento inadequado, achando que existem outras maneiras de vencer, não necessitando esforço para que isto aconteça.

Este modelo de não reprovação acarreta para a economia certo lucro, pois manter aluno em sala de aula custa dinheiro. Mas, a longo prazo, cria sérios problemas com alunos despreparados para atuar fora do espaço escolar.

Muitas coisas devem ser levadas em consideração para efetuar uma reprovação, pois, como tudo na vida, existirá sempre os prós e contras. Reprovar um aluno não pode ser visto como uma maneira do professor autoritário afirmar que apenas ele manda. Esta reprovação precisa ser analisada com consciência e sabedoria, pois de outra forma, virará ferramenta de poder nas mãos de professores despreparados.

A crise educacional vem acontecendo aos poucos e, na maioria das vezes, os envolvidos no processo acabam percebendo com mais clareza todos os resultados dessa transformação. As mudanças acabam se manifestando no dia-a dia dos professores, onde muitos ficam sem ação diante de algumas situações.

A crise educacional tem raízes estruturais históricas e se manifesta de formas diversas em conjunturas especificas: confronto do ensino laico x ensino confessional, conteúdos e metodologias, adequação e novas ideologias, democratização do acesso, gestão democrática, educação geral x formação especial, seriação x ciclos, progressão continuada x aprovação automática, educação de jovens e adultos, escolaridade reduzida, publico x privado, baixa qualidade de ensino [...] (CORTELLA, 2008, p.11, grifo do autor).

Os reflexos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), estão surtindo alguns efeitos negativos nas instituições escolares. Apesar das boas intenções pelas quais foi criado em 1990, muitas são as dificuldades que os educadores estão vivenciando, pois muito se fala nos direitos dos alunos, mas pouco nos deveres. O resultado disso são educadores acuados frente às falas e argumentos de pais e alunos, conhecedores unicamente dos direitos.

O assistencialismo hoje é um fator preocupante. As estratégias utilizadas pelo governo, como o Bolsa Escola, por exemplo, auxiliam e muito algumas famílias, provendo recursos para que seus filhos continuem estudando.

Hoje, as crianças matriculadas recebem material escolar (adquirido pelo governo do estado), merenda escolar de qualidade e até uniforme. Todas essas iniciativas são louváveis, mas desencadeiam problemas e, um deles, é o comodismo.

O governo, juntamente com sua equipe, deve estudar formas de aperfeiçoar este beneficio, no sentido de acompanhar de perto como está sendo utilizado, monitorando as famílias para que acompanhem o rendimento escolar de seus filhos, sob pena de corte no beneficio até que todas as normas estejam sendo cumpridas.

O que se percebe são crianças que valorizam pouco todas essas conquistas, achando que tudo é muito fácil. As próprias famílias ensinam aos filhos que é obrigação da escola oferecer o material escolar, sempre que necessário.

Esta fala já vem sendo repetida por crianças desde a mais tenra idade, faltando valorização dos que recebem por tantos benefícios. Oferecer benefícios sem exigir nada em troca soa como “prêmio”, estimulando apenas o comodismo. É necessário ensinar as pessoas a pescar, e não somente dar o peixe.



7 CONSIDERAÇÕES FINAIS


Os tempos mudaram e a realidade escolar também. Precisamos nos adaptar a essas modernidades e iniciar a busca de alternativas que possam contribuir para equacionar todas as dificuldades surgidas ao longo desses anos na instituição escolar. A grande verdade é que nada mais será como antes.


A instituição familiar, os hábitos, os limites, a postura dos alunos em relação aos professores, a tecnologia presente, a violência e por aí vai. A nostalgia por parte dos mais antigos em nada contribuirá para sairmos dessa situação.

Fazem-se necessárias mudanças de mentalidade e muita esperança para que as coisas melhorarem. A tarefa é árdua, cabe aos professores mediar essas mudanças, pois é na escola que tudo acontece e onde todas as diversidades prevalecem.

A escola de hoje cumpre um papel determinante, pois vem repleta de desafios e deve continuar sendo um lugar destinado à aprendizagem, rica em recursos, onde os alunos possam interagir de maneira rápida, desenvolvendo sua capacidade de pensar, se expressar e tomar decisões com muita responsabilidade.

Todas essas mudanças necessitam ser pensadas de uma maneira responsável, onde professores, pais e alunos estejam presentes nas discussões, pois todos sairão ganhando. A escola ainda fará parte de nossas vidas por muito tempo e a nós, cabe a tarefa de torná-la atraente e moderna sem perder sua principal característica: a de ser um dos lugares onde conhecimento e os bons exemplos não podem faltar.



8 REFERÊNCIAS


CORTELLA, M. S. A escola é o conhecimento: fundamentos epistemológicos e políticos. São Paulo: Cortez, 2008.

CHARLOT, Bernard. Relação com o saber, formação dos professores e globalização: Questões para a educação hoje. Porto Alegre: Artmed, 2005.

MOYSÉS, Lúcia. O Desafio de saber ensinar. Campinas, SP: Papirus, 1994.

PERRENAUD, P. et al. As competências para ensinar no século XXI: A formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre, Artmed, 2002.
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CURSIVA X IMPRENSA / MESA COM /Z/?


RESUMO

Este artigo foi escrito visando fazer uma reflexão sobre o tipo de letra a ser utilizado pelos alunos nas séries iniciais. Também visa refletir sobre a maneira de trabalhar o erro e a ortografia, bem como sobre as melhores maneiras de lidar com as diferentes formas de escrever utilizadas pelos alunos, tendo sempre em vista facilitar o processo ensino-aprendizagem e apontar caminhos para os saberes, utilizando a curiosidade natural dos alunos em benefício do seu saber.

Palavras-chave: Tipos de letra, alfabeto, ortografia, erro.

1. INTRODUÇÃO

Para quem convive em escolas e lida com as séries iniciais, dois assuntos são bastante discutidos e motivo de polêmica entre educadores e pais: o estilo de letra a ser utilizado pelas crianças e os erros gráficos, sobretudo em produções de texto.

Quanto ao estilo da letra, os sistemas de escrita mais antigos procuravam variar o menos possível a forma gráfica das letras. As escritas monumentais, feitas em pedra, por exemplo, exigiam um tipo de letra fácil de ser entalhado. Este modo de escrever as letras, separadamente, passou a ser conhecido como Textura na fabricação de livros a mão.

Já em 1830, a escrita era feita com estiletes e penas de aço que facilitavam a escrita mais arredondada e com as letras emendadas.

Outro fator de mudança no estilo das letras é o seu uso. Em propagandas, como a finalidade é chamar a atenção, as letras necessitam ser diferentes. Já em livros e revistas, o estilo pode ser outro.

Nos dias atuais, temos a liberdade de criar e enfeitar, o que faz surgir as mais diferentes formas no traçado das letras.
Em relação ao estilo da letra a ser utilizada nas séries iniciais, a comunidade, de certo modo, cobra veladamente uma postura do professor no sentido de utilizar a letra do tipo imprensa no início do processo de alfabetização e, depois, fazer uso da letra cursiva que possui um traçado de letras ligadas tornando mais rápido o registro.

Além de cobrar o estilo da letra, a comunidade também se preocupa em fazer cobrança no que se refere aos erros gráficos cometidos pelos alunos. Nesse sentido, professor que não faz a correção dos erros gráficos das produções de seus alunos também é visto com desconfiança.

Em relação ao estilo de letra, Cagliari (1999, p. 104) afirma que


[...] é essencial que os alunos aprendam (e pratiquem) primeiro a escrita e ponham-se a escrever como eles acham que deve ser. Somente depois, já mais familiarizados com o ato de escrever, serão levados a reconsiderar o que fizeram, em função das normas ortográficas.


Dado o contexto acima, o presente artigo tem como objetivo refletir a maneira de trabalhar a ortografia e os erros na escola, bem como considerar os vários estilos de letras existentes em nosso sistema.

2. A EVOLUÇÃO DA ESCRITA

Um grande marco na história da humanidade foi a invenção da escrita que surgiu e se desenvolveu da necessidade de o Homem armazenar informações - reforçando a memória - e de se comunicar a uma distância além do alcance da voz.

Segundo Cagliari (1999, p.15), “A escrita pelo que se sabe hoje, começou de maneira autônoma e independente, na Suméria, por volta de 3300 a.C. É muito provável que no Egito, por volta de 3000 a.C., e na China, por volta de 1500 a.C., este processo autônomo tenha se repetido”.

Para chegar ao alfabeto atual, a escrita passou por muitas alterações. Utilizada pelo homem primitivo para registrar fatos ocorridos, a escrita pictográfica (desenhos) ainda hoje é encontrada em escavações arqueológicas, demonstrando ser antiga a idéia de escrever.

Em seguida, veio a escrita ideográfica, hoje utilizada principalmente pelos povos ocidentais, com destaque pelos chineses, que utilizam símbolos para expressarem suas idéias. São palavras ou conjuntos de palavras que são representados por desenhos chamados ideogramas.

No caso da escrita chinesa, há certa razão para ser conservado o sistema ideográfico: na China, há mais de mil dialetos, que são variações de uma mesma língua, sendo que não diferem na estrutura básica, apenas um pouco nas palavras. Isso significa que um texto, em chinês, é escrito de maneira igual em todos os dialetos, mesmo com a pronúncia sendo diferente.

O fonetismo, por sua vez, é um sistema no qual as palavras passam a ser decompostas em unidades sonoras, aproximando a escrita da sua função que é a de interpretar a língua falada. Utiliza a leitura de figuras que terão sentido de palavras por meio do som, recurso usado nas cartas enigmáticas.

A escrita continuou evoluindo, passando a ser silábica. Nesse sistema, a palavra é decomposta em um conjunto de sons.

Chegamos ao alfabeto - cujo termo tem origem nas duas primeiras letras do alfabeto grego, alfa e beta – que, de fenício passou a grego, ao romano e, finalmente, ao latino, o mais utilizado em todo mundo.

O sistema alfabético é caracterizado pelo fonetismo, sistema em que cada símbolo (letra) corresponde a um som.

Esse conjunto de letras que chamamos de alfabeto torna-se o início da nossa estrada rumo ao universo escrito.

3. O ESTILO DAS LETRAS

Assim como o alfabeto, a escrita também foi se adaptando. Escrever sobre papiro e, mais tarde, sobre pergaminhos exigia um traçado de letras mais arredondado, ou seja, materiais diferentes de escrita exigiam abordagens diferentes. Assim, de acordo com Cagliari (1999), os sumérios substituíram o risco na argila por um processo de pressão que permitia que desenhassem afundando marcas nos tabletes.

Muitas das formas escritas primitivas, como a cuneiforme e a fenícia, permitiam aos mercadores registrar suas transações, pois a memória não daria conta de tanto.

As primeiras letras usadas pelos escribas foram as romanas (200 a.C.), a quadrata (100 a.C.) e a rústica, já no inicio da era cristã.

Já no século IV d.C., surgiu a uncial, sendo que “o nome de uncial foi atribuído a este tipo de letra porque os parágrafos manuscritos começavam sempre com uma letra grande, do tamanho de uma unha” ( Cagliari, 1999, p, 193).

Já no século XIII, surgiram as letras góticas e romanas. Com a crescente demanda da escrita, o estilo cursivo fez-se necessário (século XVII), pois apresentava um traçado de letras ligadas, facilitando uma escrita rápida.

Cagliari (1999, p.187) explica que “Um simples olhar no mundo da escrita com a qual temos contacto hoje nos mostra tanta variação na forma gráfica que, por um momento, surge a dúvida: como conseguimos ler em meio a este aparente imenso caos?”

A escrita segue regras claras e rigorosas que devem ser transmitidas às crianças durante o processo de alfabetização. Assim sendo, a aparente confusão não causará medo, pois estamos diante de um fato: uma complexidade gráfica.


4. O MUNDO DAS LETRAS

Existem, na nossa língua, várias maneiras de registrar graficamente a mesma letra. O som também vai depender da palavra na qual esta letra estiver colocada. Este caráter gráfico e social é estabelecido pela ortografia.

Existem palavras em português que a letra A representa som de /ã/, como em lama, dama, cama, som de /ai/, como em rapaz, paz, atrás. Assim sendo, é difícil determinar o valor de cada letra dentro do sistema alfabético. Muitas vezes, a letra muda seu som, sem, contudo, mudar sua forma: continua sendo a letra A.

Estas variações de sons são trabalhadas ao longo de todo processo de alfabetização,
cabendo ao professor apresentar às crianças as letras do alfabeto, bem como suas variações, como nos exemplos acima.

Conforme Cagliari (1999, p.49),

[...] primeiramente, apenas o alfabeto de letras de forma maiúsculas. [...] este procedimento não é apenas uma moda: é uma forma mais fácil, concordam todos de se chegar ao aprendizado da leitura. Embora muitos professores possam constatar essa maior ‘facilidade’ na prática do seu dia-a-dia, talvez nem todos saibam realmente as razões por trás desse fenômeno.


Para dominar o mundo das letras, a criança passa pelo processo de alfabetização, cabendo ao professor optar por mecanismos que otimizem o processo.

5. LETRA DE IMPRENSA OU CURSIVA?

Mas, e agora? O alfabeto foi aprendido, os valores sonoros de cada letra também. As palavras viraram histórias e eis que vem a pergunta: “Posso escrever com letra pegada?”.

A criança sente necessidade de uma auto-afirmação, e a letra do tipo imprensa parece não mais atender ao seu desejo, pois ela a vê como letra de criança pequena. Como agir?

É com as letras tipo imprensa que as crianças têm um maior contato desde cedo, em jornais e revistas, o que resulta em uma elaboração de hipótese sobre a escrita muito precocemente. O traçado é simples, dando à criança liberdade ao ato de escrever, favorecendo a percepção das unidades e diminuindo o esforço motor.

A letra cursiva é mais rápida de ser traçada, porém exige da criança uma coordenação motora mais definida.

De acordo com Cagliari (1999 p.41),

A escrita cursiva tinha dois problemas: por ser feito com rapidez, o traçado das letras tendia a se modificar na escrita de cada um – por outro lado, a escrita cursiva produz ligaduras. Depois de unidas as letras, o aspecto gráfico pode mascarar os limites individuais das letras, gerando confusões entre os usuários.


É mais importante que a criança compreenda e entenda a função e as características da escrita do que se preocupe com o tipo de letra a ser utilizado. “Em primeiro lugar, é preciso ensinar a escrever e, somente depois, deve-se preocupar com os requintes da escrita” (CAGLIARI E CAGLIARI, 1999, p.79).

Entretanto, não é o que geralmente ocorre. Alguns professores, ainda nos dias atuais, insistem em utilizar somente a letra cursiva depois de um determinado período, deixando alguns alunos bastante confusos.

De acordo com Tafner e Fischer (2001, p.19),

O mundo está escrito em letras de forma. O mesmo mundo onde a criança vive cresce e aprende. Não espere dela um desenvolvimento pleno em cursivas quando tudo o que ela lê em torno dela é escrito com letras de forma. As letras de forma são naturais para ela, pois fazem parte do seu mundo.

A escrita cursiva tem um uso exclusivamente pessoal e, com o desenvolvimento tecnológico, a escrita a mão quase deixou de ser feita. As letras cursivas viraram arte nas mãos de pessoas que têm o dom de escrevê-las em convites, cartazes, murais etc.

No dia-a-dia, a escrita cursiva acabou perdendo um pouco sua importância. Porém, na escola, ela continua sendo motivo de discussão entre alguns educadores. Existem professores que acham que se os alunos escreverem com a letra do tipo bastão não aprenderão a escrever com a letra cursiva, como se o alvo a ser atingido na alfabetização fosse o de escrever “redondinho” e igual a todos os outros alunos.

Na visão de Cagliari (1999, p.109),

O bonito da verdadeira educação é ser um caleidoscópio: a diferença a todo instante é seu charme e beleza; cada momento revela algo de novo e surpreendente. A educação deve formar pessoas diferentes, não clones, réplicas intelectuais.

Ao lidar com crianças, é preciso ter em mente que elas são seres individuais e únicos, bem como que “Na educação se propõe, e não se impõe”(Cagliari,1999. p.111).

O importante é compreender o que está escrito. Se for estabelecida uma comunicação entre professor e aluno, a finalidade da escrita estará cumprida.



6. ORTOGRAFIA: UMA EXIGÊNCIA SOCIAL

Como falar sobre letras, palavras, frases, textos e não mencionarmos a ortografia, um veículo utilizado para clarear a comunicação, mas que acaba virando mecanismo de exclusão?

A escrita é uma representação oral da linguagem cujo objetivo é a leitura. Quando escrevemos um texto, utilizamos como recurso as palavras que serão interpretadas pelo leitor. Fazemos uso, também, da escrita ideográfica (números, gráficos etc.).

A fala comanda o ato de escrever. Já “a escrita, na verdade, não passa de um uso sofisticado da própria linguagem oral, cristalizada na forma gráfica” (Cagliari, 1999.p.65).

A partir do momento em que a sociedade produziu a escrita e à medida que passou a utilizá-la mais, surgiu a necessidade de fixar a forma de escrever as palavras. Isso para que pessoas de diferentes dialetos pudessem ler de maneira fácil, pois, do contrário, o significado das palavras ficaria comprometido.

A ortografia tornou-se uma exigência social a partir do momento que fixou a grafia das palavras, fazendo com que escritor e leitor interpretassem da mesma forma seu significado dentro de um contexto escrito.

Muitas vezes, um texto criativo com falhas desperta menos interesse do que outro graficamente impecável, mas sem vida.

Segundo Fischer (1997, p.12),

No início da alfabetização, os erros gráficos são cometidos ao longo do processo da escrita e, longe de representarem desatenção, letras ‘comidas’, desinteresse da criança, representam uma forma cognitivamente estruturada de pensar o funcionamento da escrita.

Quando o professor mostra para a criança o alfabeto, precisa, além do nome da letra, mostrar seu respectivo som. Será bastante natural que a criança, ao escrever mesa, troque o /s/ pelo /z/, pois é influenciada pelo som, que é de /z/. Mais tarde, caberá ao professor explicar que existe uma ortografia vigente em nosso país segundo a qual a letra /s/ entre duas vogais tem som de /z/, embora, em outros casos, esta mesma regra não seja válida.

No início, estes “erros” serão bastante freqüentes e somente com bastante leitura e a mediação do professor serão superados.
Quando o educador apresenta a escrita para as crianças, é natural que as mesmas escrevam do jeito que falam. Em suas produções, aparecem: abakt (abacate), rezolva (resolva), muinto (muito), ptc (peteca) e assim por diante. Todos estes passos são absolutamente normais durante o processo de alfabetização.

Das palavras começam a surgir frases; depois, os pequenos textos, sendo fundamental que esses textos sejam trabalhados pelo professor de forma espontânea. Quando falam, as crianças não precisam seguir roteiros nem esquemas: elas simplesmente falam.

Cabe ao professor permitir que elas dêem asas a sua imaginação de acordo com as idéias que possuem. Para Cagliari (1999, p. 215), “A marca da individualidade faz de um simples texto um trabalho original, e se seu estilo agradar à comunidade, torna-se um texto literário”.

Por meio das produções espontâneas, professor e aluno se envolvem no processo de escrita, refletindo sobre erros e buscando caminhos para contorná-los.

È fundamental que o professor tenha objetivos claros ao utilizar tal instrumento, pois, do contrário, pode se ater apenas aos erros e não à produção em si.

Para o educador, errar é um horror; o erro acarreta a vergonha, a punição e finalmente a exclusão. Quando era preciso fazer justamente o contrário: aproveitar cada erro para refletir com o aluno e ajudá-lo a encontrar a direção lógica. (FISCHER, 1997, p.12).

A criança precisa reler sua produção com o professor e corrigi-la sempre que necessário. Em seguida, escrevê-la novamente, sempre objetivando a comparação entre a escrita anterior e a atual, percebendo com isto os avanços.

Errar faz parte da aprendizagem. É por meio do erro que construímos novos saberes, sempre com a perspectiva de melhorar.

Apesar de as pessoas utilizarem a mesma língua, falam de maneira diferente conforme sua localização regional. Nosso sistema ortográfico atende a uma exigência social e não se preocupa com a maneira do usuário falar e sim, com as convenções da escrita.

A criança, quando chega à escola, tem um falar próprio, trazido da família, que será transformado em escrita. O erro aparecerá, cabendo ao professor a tarefa de não supervalorizar o erro, e sim transformá-lo em acerto por intermédio de estímulos à leitura e de pesquisas a dicionários.

O erro sempre tem uma explicação. Tudo que o aluno faz ou, até mesmo, deixa de fazer tem uma razão para ele. Ao professor cabe a tarefa de perguntar para, assim, poder ensinar adequadamente.


Cagliari (1999, p.82) comenta que

A escola precisa aprender que a ortografia é um fim e não um começo, quando se ensina alguém a escrever. Primeiro, a criança precisa aprender a lidar com a escrita e, depois, preocupar-se em escrever ortograficamente. Isto não significa que vamos deixar as crianças escreverem sempre o que quiserem e como quiserem, porque vale tudo. A escola, como instituição, não pode admitir uma pedagogia do vale-tudo. A escola tem uma missão a cumprir. E faz parte dela o ensinar a escrever e escrever ortograficamente. Uma coisa não precisa destruir a outra. Tudo tem o seu tempo e o seu lugar.


Uma criança em fase de alfabetização está aprendendo a lidar com a escrita. Nesse sentido, o professor tem a tarefa de ensiná-la a desconfiar daquilo que escreveu, raciocinar sobre o fato e buscar informações para saber se escreveu certo ou não.

Por meio da produção de textos espontâneos, o professor poderá saber o nível em que seus alunos estão, suas maiores dificuldades, os erros mais ou menos freqüentes. Poderá organizar seu planejamento a fim de trabalhar com estas dificuldades aplicando exercícios específicos.

A autocorreção deve ser um instrumento utilizado com freqüência. Rever os textos, melhorá-los, mas sem imposições nem cobranças. Ler e reler por prazer. Por meio da leitura, o aluno resolverá a maior parte de suas dificuldades.

As crianças não conseguem prontamente escrever tudo de maneira correta, como o professor deseja. Aquela grafia linda, sem erros gráficos, será conseqüência de um trabalho feito em longo prazo.

De acordo com Ferreiro (2000, p.21),


A escola (como instituição) se converteu em guardiã desse objeto social que é a língua escrita e solicita do sujeito em processo de aprendizagem uma atitude de respeito cego diante desse objeto, que não se propõe como um objeto sobre o qual se pode atuar, mas como um objeto a ser contemplado e reproduzido fielmente, sem modificá-lo.



Na fase de alfabetização, deve estar claro para o professor – bem como para as crianças - que a função da língua escrita é a comunicação e o registro das idéias.

Ambos devem estar conscientes também em relação ao erro: “Erro de ortografia relaciona-se com as hipóteses que o aluno levanta sobre a escrita, apenas isso” (CAGLIARI, 1999, p.246).
O erro gráfico deverá ser visto, portanto, como instrumento de aprendizagem e não como motivo de vergonha, pois é inevitável que um indivíduo cometa erros quando está em processo de aprendizagem. É certo também que estes erros devam ser corrigidos, deixando claro para os alunos que eles devem sempre se aventurar nos conhecimentos que já têm, sabendo, contudo, que nem tudo sairá correto.

Os alunos estão apenas começando seus estudos e terão muito tempo para acrescentar conhecimentos novos e sanar dificuldades.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo foi elaborado com o intuito de levar pais e professores à reflexão sobre o tipo de letra usado pelas crianças e sobre seus erros gráficos, assuntos que fazem parte do dia-a-dia escolar.

A utilização da letra de imprensa ou cursiva não deve ser o foco principal de discussão em uma escola, e sim a importância da escrita, feita com qualquer tipo de letra, desde que existam comunicação e registro de idéias.

A ortografia deve ser levada bastante a sério. Ao professor caberá a função de deixar que as crianças errem muito e aprendam a buscar soluções, exercendo a função de condutor da aprendizagem, mediando, interagindo, aprendendo.

Ninguém nasce sabendo, e a aprendizagem é algo bastante subjetiva. Podemos aprender mais facilmente alguns assuntos que outros, o que não significa que sejamos melhores ou piores. Significa apenas que somos indivíduos diferentes, sendo que esta diferença é que faz da educação algo maravilhoso em que a rotina não tem vez.

Vamos, portanto, deixar que as crianças escrevam e que exercitem sua liberdade de registrar idéias como quiserem. As correções podem ficar para mais tarde, sem, contudo, serem esquecidas.

As crianças querem ser ouvidas, respeitadas, motivadas a continuar. A valorização da auto-estima, o contato visual, o calor humano também fazem parte de uma educação de qualidade.

Todo o restante será conseqüência de um trabalho feito com amor. O maior privilégio de um professor é poder caminhar lado a lado com os seus alunos, observando seus progressos, auxiliando nos seus tropeços, sempre pronto para estender a mão.






8. REFERÊNCIAS

CAGLIARI, Gladis Massini; CAGLIARI, Luiz Carlos. Diante das Letras: a escrita na alfabetização. São Paulo: Fapesp, 1999 (Coleção Leituras do Brasil)

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Ba –Bé – Bi – Bó – Bu .1. ed. São Paulo: Scipione, 1999.

FERREIRO, Emília. Com todas as letras. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

FISCHER, Julianne. Sugestões para o desenvolvimento do trabalho Pedagógico. Timbó: Tipotil, 1997.

TAFNER, Malcon Anderson; FISCHER, Julianne. Manga com leite mata: reflexões sobre os paradigmas da educação. Indaial: Ed. Asselvi, 2001.
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A Importância da Disciplina Prática de Ensino no curso de Pedagogia

Resumo:

A contribuição da disciplina Prática de Ensino para o curso de Pedagogia é de fundamental importância dentro do processo de construção de diferentes saberes sobre ensino-aprendizagem, que nos são oferecidos em conjunto com as disciplinas de Fundamentos. Trabalhar estes conceitos de maneira objetiva, tendo sempre o respaldo de teóricos que venham a contribuir de maneira significativa, elevando a nossa prática e nos fazendo superar o nível de senso comum. Assim, este artigo em especial, tem entre seus objetivos revelar a importância da disciplina Prática de Ensino dentro do curso de Pedagogia bem como idéias e experiências vivenciadas na pré-escola, levando os leitores a uma reflexão e buscando deixar uma mensagem de esperança. Esperança no futuro da Educação Infantil do nosso país.

Palavras Chave: conhecimento, construção, planejamento, educação infantil,
Movimento.


1. INTRODUÇÃO

A disciplina de Prática de Ensino nos acompanha desde o 3º semestre do curso de Pedagogia e em conjunto com a disciplina de Fundamentos nos revelam caminhos entre a teoria e a prática pedagógica.
Sendo este um dos grandes desafios a serem superados, pois na teoria quase sempre se diz uma coisa, e na prática as coisas tendem a mudar, busquei no decorrer do curso conciliá-las e encontrar um caminho que me levasse a algumas respostas.
Muito se aprende nesta disciplina, mas o aprendizado é doloroso, pois implica em fazer mudanças interiores. Muitas horas dedicadas à leitura de livros, resenhas, análises reflexivas sobre a nossa prática, enquanto acadêmicas e no meu caso como profissional também, atuando na área já há 10 anos. É todo um reconstruir em cima de conceitos cristalizados onde o novo tende sempre a assustar um pouco.
Penso que a disciplina de Prática criou em mim muitos conflitos interiores, comecei a repensar muito a minha forma de trabalhar, me dei conta da pouca leitura que tinha e do pouco conhecimento científico que possuía acerca dos teóricos em questão. Senti necessidade de mais leitura, pois para realizar um projeto faz-se necessário conhecer um pouco mais das teorias, e tudo isso acabou fazendo com que eu mudasse a minha forma de pensar Educação. Hoje, sei que valeu a pena, me sinto mais segura e consciente do meu papel como pedagoga.


2. DESENVOLVIMENTO:

A concepção de Infância é um conceito que varia muito de cultura para cultura. “A idéia de infância [...] não existiu sempre, e nem da mesma maneira. Ao contrário, ela aparece com a sociedade capitalista, urbano – industrial, na medida em que mudam a inserção e o papel social da criança na comunidade”.(KRAMER, 1992, p19).
Para trabalhá-la em uma perspectiva histórica temos que compreendê-la como resultado de relações sociais que produzirão uma consciência das particularidades infantis.
Aqui no Brasil este conceito de Infância foi construído a partir das relações sociais estabelecida que não levava em conta a essência ou natureza da criança, pois se vivia em um processo de desenvolvimento e urbanização, favorecendo o surgimento da miséria e da pobreza.
Com isto, as mais prejudicadas foram às crianças surgindo às creches e asilos mantidos por serviços de filantropia para que as mães pudessem trabalhar, sem, no entanto haver nenhum compromisso com o pedagógico.
No dias atuais, a constituição de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a proposta de Política de Educação Infantil elaborada pela COEDI/MEC e, por último, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394), de 20 de dezembro de 1996, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seu aspecto físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (artigo 29).
Penso que a função da pré-escola deva ser pedagógica, pois mais importante do que alfabetizar a criança é prepará-la para esta alfabetização oferecendo um ambiente rico em estimulações, que sem dúvida são essenciais ao desenvolvimento psicomotor pleno e saudável. “Uma criança cujo desenvolvimento psicomotor ocorre harmoniosamente, estará equipada para uma vida social próspera”.(DE MEUR e STAES, 1989, p.19).
A escola escolhida para a aplicação do projeto foi a E.E.B. Luiz Delfino, localizada no bairro Petrópolis, na cidade de Blumenau. As 23 crianças tinham entre 5 e 6 anos de idade e estudavam no turno vespertino.
Com exceção do período de observação no semestre passado, nunca havia tido nenhum contato com a pré-escola. Sei achei que lá era lugar de brincar e de fazer desenhos. Hoje, tudo mudou, inclusive a minha concepção sobre brincadeiras e sobre os desenhos.

“Quando brinca a criança assimila o mundo a sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui”.(PIAGET apud KISHIMOTO, p59).


O projeto caminhou pela rotina na pré-escola, onde através de atividades diferenciadas buscou-se quebrar com a monotonia do dia-a-dia. Para mim foi uma experiência bastante nova, pois pude perceber o quanto à linguagem e a interação são importantes numa turma de pré-escola. Uma vez que eles não usam a escrita, a fala acaba tornando-se um dos instrumentos mais valiosos para que a comunicação aconteça.
Para Vygotsky a linguagem é entendida como um sistema simbólico fundamental em todos os grupos humanos, elaborada no curso da história social, que organiza os signos em estruturas complexas e desempenha papel imprescindível na formação das características humanas. (REGO, 1999, p.53).
De fato entendi a sua importância e acredito que muito contribuirá para minha prática daqui para frente. É interessante observar que existem muitos tipos de linguagens: oral, pictórica, gestual, mas eu só via a linguagem escrita, que nada mais é do que o produto final de todas as linguagens citadas anteriormente.
Foram dias muito agradáveis onde voltei a ser criança, participei das brincadeiras, dancei, cantei, liberei de forma despreocupada a criança, já um pouco adormecida dentro de mim.
Muitas coisas me chamaram a atenção durante o estágio: o depoimento de uma criança que disse que a sala de aula era muito bonita e colorida, mas quem fazia tudo era a professora, a sinceridade de outra que no último dia do estágio disse já estar cansada de fazer roda. Uma outra criança, que apesar de possuir uma oralidade perfeita, tinha problemas sérios de coordenação motora ampla e fina.
Durante a avaliação, que sempre era feita no final de cada dia, uma das crianças disse ter adorado a organização das carteiras (uma de frente para outra), pois se podia olhar no rosto do amigo.
Aprendi também a importância de se fazer avaliação junto com os alunos, não aquela avaliação clássica com o objetivo de medir, pois “é preciso analisar criticamente essa prática, pois o fato de os alunos serem o único “objeto” da avaliação revela a estrutura de poder e autoridade da grande maioria das instituições escolares”. (KRAMER, 1989, p.94).
Pude perceber um universo muito grande dentro de uma sala de aula, basta que estejamos atentos, sabendo como e de que maneira interferir.

3. CONCLUSÃO:

Ao longo deste artigo evidenciou-se a importância da disciplina Prática de Ensino, bem como das disciplinas de Fundamentos da Pré-Escola para minha formação como pedagoga. Muitos teóricos foram lidos, tendências pedagógicas citadas e caminhos apontados. Consegui, ao longo deste semestre perceber a importância de ter claras as minhas concepções de aprendizagem, construídas ao longo destes quase quatro anos de graduação.
“A motivação para aprender nada mais é do que o reconhecimento, pelo indivíduo, de que conhecer algo irá satisfazer suas necessidades atuais e futuras [...] uma pessoa motivada para aprender constrói o conhecimento mais prontamente do que uma sem motivação” (DAVIS & OLIVEIRA, 1993 p.84 e 85).
Construí conhecimento ao longo destes anos, mas tenho bem claro que ainda não foram suficientes. Muitos outros livros me esperam, teóricos que desconheço, concepções, métodos, caminhos a seguir.
Afinal escolhi a educação e não dá para imaginá-la sem conhecimento, busca, novidades, movimento.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DAVIS, Cláudia, OLIVEIRA, Zilma de. Psicologia na Educação. 2ªed. São Paulo: Cortez, 1993.

DE MEUR, A, STAES, L. Psicomotricidade educação e reeducação. São Paulo: Manole, 1989.

KISHIMOTO, Tizuko M. Jogo, brinquedo e brincadeira e a educação. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1997.

KRAMER, Sonia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. São Paulo: Cortez, 1996.

KRAMER, Sonia. Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular para a educação infantil. São Paulo: Ática, 1989.

REGO, Teresa Cristina. Vygotsky – uma perspectiva histórica cultural da educação. 7ªed. Petrópolis: Vozes, 1999.

Leila Bambino
Psicopedagoga Clínica e Educadora Especial
leilabam@terra.com.br
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Um novo ano letivo!

Mais um ano letivo se inicia. Com ele, muitas expectativas por parte dos pais e alunos. As crianças empolgadas com as novidades: material escolar, mochila nova, professora e sala de aula diferente. Chegam ansiosos e cheios de gás, curiosos e com vontade de estrear seus cadernos e livros.
Muitos pais também ficam ansiosos. Será que meu filho vai dar conta do recado, sendo um bom aluno? Vai aprender a ler e escrever rápido? Será considerado o melhor aluno da classe? Suas notas serão sempre oito, nove ou dez?
Como educadora e psicopedagoga clinica, gostaria de deixar aqui registrado que toda criança aprende. Umas mais rápido que outras, mas todas conseguem obter sucesso. Vivemos em um mundo altamente alfabetizador, onde desde muito cedo as crianças entram tem contato com o mundo das letras. Isto acaba facilitando, e muito, a vida do professor alfabetizador.
O que pode acontecer é que, se a criança, mesmo tendo toda a assistência por parte dos pais e da escola continua com dificuldades na aprendizagem, seria interessante fazer uma investigação. Inúmeras causas podem estar atrapalhando este processo natural: problemas de visão, audição, na fala, emocionais, dificuldades de concentração e por aí vai. Quando isto ocorre, ninguém melhor do que o professor para orientar esses pais em qual caminho seguir.
Quando a criança não consegue aprender, sente-se triste e é discriminada pelos colegas da sala. Começa a não gostar mais de ir para escola, sente dores de cabeça, enjôos, mal estar, cansaço, etc. Mas, muitos pais acham que isso vai passar, que é apenas uma fase, culpam o professor ou acham que o filho é preguiçoso e não aprende porque não quer.
Nenhuma criança que conheci fica feliz em tirar notas baixas. Nenhuma criança gosta de ser diferenciada na sala de aula pelos colegas por não conseguir concluir as atividades no tempo previsto, por não conseguir ler as palavras ou frases simples colocadas na lousa. Se ela não consegue é por algum motivo, e esta investigação deve ser feita o mais rápido possível, evitando com isso o sofrimento da criança.
Devemos ir em busca de profissionais que possam nos apontar caminhos. E eles estão aí, esperando que alguém os procure para que, juntos, possam auxiliar esta criança nas suas dificuldades. Se isto acontecer com você, não hesite em procurar ajuda, invista no seu filho, afinal, ninguém pode ser mais importante do que ele.
Leila Bambino ( psicopedagoga-clínica)
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Quando pedir ajuda

Em média, 10% das crianças que frequentam a escola apresentam problemas de aprendizagem. No Brasil, o problema chega a ser duas vezes maior do que em outras partes do mundo. Os transtornos de aprendizagem são dificuldades específicas na leitura, escrita e nos cálculos.
O problema não está na falta de oportunidade para aprender. Seus filhos não apresentam nenhum prejuízo biológico e são perfeitamente aptos a adquirirem os conhecimentos acadêmicos. Os pais se desdobram para que nada falte, mas algo acontece e as expectativas acabam sendo frustradas.
Toda essa desorientação dos familiares acaba gerando uma ansiedade que reflete diretamente no dia-a-dia de todos, onde as conversas com os filhos acabam se tornando momentos de cobrança e lições de moral.
A atitude de prorrogar a intervenção de um profissional acaba prejudicando o futuro escolar da criança, que vê sua auto-estima indo cada vez mais por ladeira abaixo. Por mais que os pais pensem que os filhos tiram notas baixas porque não se esforçam ou para afrontá-los, isto não é uma verdade absoluta.
Aos pais, cabe a tarefa de buscar soluções para aliviar o sofrimento dos filhos, pois com certeza eles não tiram notas baixas porque querem ou acham bonito. Buscar a orientação de um profissional de confiança pode dar fim a muitas angústias. Inclusive, se necessário, fazer uso da medicação prescrita pelo médico. Repensem e coloquem na balança: o que vale mais? O sofrimento de seus filhos e os problemas emocionais ou, usar o medicamento, que pode auxiliá-lo a vencer mais uma etapa?

Leila Bambino
Pedagoga e Psicopedagoga-Clínica
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Quando é difícil aprender


Um dos problemas que mais está ocorrendo atualmente está relacionado às dificuldades de aprendizagem. Professores se deparam com crianças e jovens que não estão atingindo os objetivos propostos. Estão com dificuldades em aprender, por mais que os métodos sejam diferenciados.
Os pais, quando comunicados, iniciam a busca por psicólogos, psicopedagogos, neurologistas, pedagogos na tentativa de salvar o ano letivo. Pais que oferecem “tudo” para o filho, uma escola particular, aulas de inglês, natação, academia de ginástica, aquele tênis da moda, celular, MP3 e por aí vai. Como entender então as notas baixas?
Precisamos então refletir na palavra “tudo”.Será que o que estamos dando é o “tudo” que de fato nosso filho quer de nós? Aí vem aquela famosa desculpa: “mas eu trabalho tanto para dar o melhor, não tenho muito tempo disponível”. Entra aí a qualidade e não a quantidade.
Procuro orientar os pais a respeito da parceria que deve existir entre escola e família. Quando ela ocorre, muitas das dificuldades são descobertas no início, pois ninguém melhor do que o professor para auxiliar os pais nesta missão. Confie nos professores que estão com seu filho, afinal, eles passam muito tempo com ele. Pergunte, esclareça suas dúvidas, questione a melhor maneira de estar auxiliando seu filho nas tarefas.
E quanto ao seu filho, saiba quem são seus melhores amigos, como foi a escola, se está precisando de ajuda em alguma coisa. Você vai se surpreender com os resultados dos próximos boletins.

Leila Bambino
Pedagoga e Psicopedagoga - Clínica
Blumenau-Santa Catarina
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Estudar não está na moda!


Ando preocupada com a juventude de modo geral. Os valores estão muito invertidos e o que antes era certo, agora está errado. Exemplo disso é o que acontece com nossos jovens na escola. Tirar nota baixa e ser um líder negativo é fazer parte de uma pseudo-elite. Deparo-me com jovens de classe média que não estudam, pois detestam ser chamados de nerds e isso os desencoraja, fazendo com que o conhecimento seja delegado a um terceiro plano.
Estudar não está mesmo na moda. O que sinceramente não entendo e gostaria que alguém me explicasse é o seguinte: se não gosto de escola, detesto estudar, acho esta história de globalização, aquecimento global, equações de segundo grau, modernismo, literatura, artes, química, um verdadeiro tédio, porque não ia querer me livrar logo desta situação?
Mas em vez disso, nossos jovens vivem na escola, tendo aulas de reforço e refazendo avaliações, até atingirem o conceito esperado. Um absurdo e ao mesmo tempo engraçado. Jovens que gostam de aparecer negativamente e tiram notas baixas porque é “legal”, muitas vezes não têm tempo para o lazer, vivendo em função de aulas particulares, idas e vindas ao colégio para recuperar algo que já poderiam estar livres. Alunos que fazem propaganda de suas notas, alardeando seu “zero” para quem quiser ouvir, rindo sabe-se lá de que.
Temo pelo futuro da sociedade, uma vez que o aluno sente vergonha de tirar boas notas, fica constrangido e, às vezes, é posto de lado por aqueles colegas que apenas estão na escola, segundo eles, por imposição dos pais.
Os professores, por sua vez, sentem o peso deste descaso. Os alunos, pouco preocupados com seu desempenho escolar, os pais depositando na escola toda e qualquer responsabilidade, acreditando que a mesma dará conta de seus problemas, afinal, escola é para isso mesmo. Será?
Leila Bambino
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EU AMO CACHORROS

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MINHA FILHOTA BABY