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O dia-a-dia do professor



Não é fácil ser professor. Eles sempre são os culpados pelo fracasso escolar dos alunos. Os pais culpam a escola, o professor, a turma em que seu filho está inserido, o diretor, os colegas, o governo...
No início do ano letivo, com alguns poucos meses de aula, já se consegue detectar as dificuldades do aluno, sejam elas cognitivas, emocionais ou comportamentais. A primeira entrega de boletins é feita e as conversas com pais ou responsáveis se iniciam (evidentemente quando estes se disponibilizam a vir até a escola).
É o momento das desculpas: “Meu filho no ano passado não era assim”. “Esta dificuldade eu também tinha quando pequeno, mas passa quando crescer”. “Será que não está havendo um exagero por parte da escola?”. “Os professores é que não sabem repassar os conteúdos de maneira que meu filho entenda”. E por aí vai...
Segundo bimestre, nada muda! As tarefas voltam sem serem feitas, bilhetes não são assinados, avaliações com rendimento cada vez mais baixo. Os dias seguem e os conteúdos necessitam serem vencidos. Recuperações paralelas, trabalhos em grupo, atividades extras para que o aluno atinja a média mínima exigida. Neste ínterim, novo contato com os pais, solicitação de avaliação médica para descartar problemas de visão, audição ou de ordem neurológica. Inicia-se neste momento uma longa espera até os pais levarem seu filho ao médico (quando levam).
Terceiro bimestre. A situação já está insuportável. O professor de mãos atadas à espera dos exames solicitados no bimestre anterior.  Notas decaindo, cansaço chegando, todas as formas de auxiliar o aluno foram feitas: recuperação de conteúdos, mudança de lugar mais próximo ao quadro, bilhetes de incentivo, conversas informais para tentar de alguma maneira reverter o que parece inevitável e as infinitas tentativas de falar com os responsáveis, seja por avisos no caderno e ligações para um celular que insiste em dar “FORA DE ÁREA”.
Enfim o quarto bimestre. O ano acabando é finalmente os pais aparecem para conversar. Na verdade a pergunta quase sempre é a mesma: “Meu filho vai passar de ano professor?”. Bate o desespero: “como recuperar as notas baixas”?
Não é raro o professor ouvir dos pais: “Mas porque não me chamaram antes? Se eu soubesse que estava tão grave a situação já teria feito alguma coisa”.  Começa aí a luta contra o tempo, decorar conteúdos e mais conteúdos e as mais variadas promessas vindas por parte dos pais: “Se você tirar uma boa nota vai ganhar uma bicicleta”. “Vou comprar um celular lindo para você”...
Final de ano, estresse, correria, desespero... Chega natal!!!!
Ano novo! Vida nova!  Novas metas, esperanças transbordando...
Vamos torcer para que no próximo ano tudo seja diferente.

    Leila Bambino



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